Filho de índio, neto de cangaceiro e... boleiro!

Foto: Arquivo pessoal
Que o futebol une povos e classes sociais diferentes ninguém tem duvidas. Mas o mesmo esporte, que serve para integrar todo tipo de pessoa também reserva histórias interessantes, inusitadas, que valem a pena ser contadas. E é ai que entra nosso personagem, o jovem Cleyton Vieira, que tem em suas veias um sangue guerreiro e promete conquistar seu espaço no futebol mineiro, sem medo de enfrentar os novos desafios. 

“Eu tenho esse sangue misturado e forte. Minha mãe veio de Juazeiro, sertão da Bahia, e meu pai é índio Pataxó. Nasci lá na tribo, no mato mesmo. E tem mais mistura ainda. O avô da minha mãe era nordestino, do cangaço. Então corre na minha veia um sangue de índio e de cangaceiro”, começa se apresentando o jovem garoto de 16 anos, que há pouco tempo mora na capital mineira. 

“A gente não tinha uma casa. E com a força da minha mãe ela se formou, fez faculdade, mestrado e nossa vida foi melhorando. Me orgulho e me inspiro no sucesso deles”, conta Cleyton, que viveu com seus avós até os 9 anos de idade, enquanto seus pais trabalhavam e sua mãe estudava. “Sempre acreditei num sonho, correr atrás de uma bola, e que sairia de onde eu nasci pra jogar e fazer o que eu gosto. Estou me esforçando e lutando para não deixar o sonho morrer”. 

Foto: Arquivo Pessoal
Treinando desde o inicio de 2016 no Centro Brasil de Futebol, que trabalha com categorias de base na Capital Mineira, o ‘volante indígena’ já se imagina jogando em grandes clubes, mas entende que pra isso precisa lutar por seu espaço e mostrar a que veio. “Com 14 anos minha mãe me mandou pra fazer testes no Guarani lá de Itabatan, onde fui evoluindo e bem avaliado pelos treinadores. Passei também pelo Guarani/SP, mas não voltei. Creio que aqui terei chances, onde me deram oportunidade de jogar”. 

Para o treinador do clube, Adailton Nunes, o garoto, que é bem relacionado com o restante do grupo, tem muito a evoluir e pode ser uma grata surpresa no futuro. “Esperamos que todo essa referência Guerreira do Cleyton o leve a grandes conquistas no mundo da bola. É um bom talento, que estamos lapidando e pode ainda ser muito conhecido nesse País”. 

Confiante, o garoto ainda brinca e se orgulha de ter “nascido no mato”, e considera que esse é seu ano, onde parte dos sonhos já começa a se realizar. “Aprendi que os desafios devem ser encarados e superados. Tudo na vida começa de baixo, e minha vida começou assim, e tenho fé em Deus que eu vou conseguir”, lembra o otimista indígena.

ebervc

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